Chamado de “TikTokização” das profissões, movimento de criar vídeos e dançar no TikTok para faturar mais tem colocado o limite ético em pauta
Nas últimas duas décadas e meia, vimos diversas plataformas surgirem e desaparecerem, todas com o mesmo objetivo: o de conectar pessoas com interesses parecidos. Do MySpace ao Orkut, do Messenger ao Fotolog, até os dias de hoje, com o TikTok, a interação social foi promovida por meio de fotos, trocas de mensagens instantâneas, privadas ou não, vídeos, jogos etc.
Com o passar do tempo, o passatempo, que antes envolvia somente o lazer, ganhou destaque como estratégia de marketing para profissionais e empresas. A massificação dessa forma de utilização das redes sociais ganhou destaque com o Facebook, o Instagram e o Twitter, e vem trazendo cada vez mais novas perspectivas sobre o compartilhamento de informações, de publicidade, interações e contato com o público.
Nesse cenário, o TikTok, aplicativo mais baixado no mundo em 2021, com 94 milhões de downloads, mostrou que veio para ficar. Ocupando um espaço que já foi do Snapchat e tem tentado ser angariado pelo instagram e Youtube (sem sucesso), o app chinês vem revolucionando o mundo pop e o universo de trabalho.
Seus vídeos geram tendências, como o do desafio da dança do hit Envolver, de Anitta, que graças ao aplicativo atingiu o primeiro lugar na parada mundial do Spotify. E o app também tem causado mudanças na música, cujos lançamentos passaram a durar entre 1 a 2 minutos, tempo médio de um vídeo no TikTok, o app mostrou que nada mais será como antes após seu lançamento.
Nesse cenário, muitos profissionais têm se perguntado: “será que eu preciso criar vídeos e dançar no TikTok para faturar mais?”
A resposta não é simples. Afinal, é preciso levar em consideração o tipo de serviço e ou produto comercializado, bem como qual é o público-alvo do negócio em questão. Cada setor tem um nicho específico, e nem sempre toda rede social é indicada para um determinado tipo de mercado.
Uma agência e/ou equipe especializada em marketing, ou mesmo um profissional de mídia podem ser grandes aliados na hora de definir quais as melhores redes sociais para cada negócio. Para isso, é preciso um estudo de mercado e de concorrência, além de uma investigação profunda acerca da persona e do público-alvo de cada empresa.
A “tiktokização” das profissões
Com o número elevado de marcas e profissionais investindo em publicidade nas mídias sociais, uma relevante e crescente oportunidade de divulgação pessoal tem ganhado destaque. Assim, os “perfis profissionais” trazem tentativas de interações de forma mais informal, com seus possíveis clientes, por meio de coreografias e pequenos vídeos bem-humorados.
Embora a proposta de divulgação crescente seja interessante, é preciso que certos pontos sejam debatidos, ainda mais por se tratar de um tema inédito. Em breves análises, é possível destacar questões como:
- Falta de aprofundamento nos conteúdos divulgados;
- Acúmulos de funções para aqueles que optam por essas divulgações;
- Postagens com imagens e/ou músicas descabidas;
- Banalização de assuntos que merecem descrição.
Esses são só alguns pontos da chamada “tiktokização das profissões”, a onda em que os profissionais têm buscando novos clientes, posicionamento e aumento de faturamento por meio das dancinhas do app chinês. Profissões com órgãos reguladores mais rígidos, como a advocacia e a medicina, têm encontrado limites para essa atuação informal.
É importante cuidar também para que esse movimento não se torne uma concorrência desleal, já que a maioria das plataformas contam com mecanismos de alcance diretamente condicionados a aportes financeiros. Todos esses cuidados precisam ser levados em consideração na hora de se perguntar se criar conteúdo para o TikTok é a melhor solução para o seu negócio.
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